Local indicado para coleta de sangue nos animais domésticos:
Eqüinos, bovinos, ovinos, caprinos: veia jugular
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Caninos e felinos: veia jugular, cefálica, femoral ou safenas
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Suínos: veia mamária, jugular e marginal da orelha;
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Aves: veia braquial e jugular
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Coelhos: marginal da orelha, cardíaca.
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- Verificar sempre, antes da coleta, a necessidade ou não de anticoagulante e o anticoagulante a ser utilizado
- Verifique sempre o volume recomendado de material, para realização de cada exame e procure enviar ema quantidade maior que a necessária, para possíveis repetições ou transtorno no transporte
- Sempre que necessário depilar a região
- Realizar assepsia local
- Fazer garrote ou pressionar com o dedo sobre o vaso sangüíneo que vai ser puncionado. Este garrote não deve demorar
- Introduzir com firmeza a agulha na pele e depois no vaso sangüíneo. Deve-se tomar cuidado para não estourar a veia levando a formação de hematoma. Imediatamente após penetrar a agulha no vaso deve-se retirar o garrote e aspirar o sangue
- Retirar a agulha e pressionar com algodão embebido em anti-séptico
- A manipulação e o acondicionamento do sangue de acordo com o tipo de exame que vai ser feito
- Realizar a identificação do material coletado
ATENÇÃO:
A “ordem de coleta" recomenda segundo a NCCLS (National Committee for Clinical Laboratory Standard), quando há necessidade de se coletar várias amostras de um mesmo paciente, durante uma mesma punção é a seguinte:
- Tubo para hemocultura (quando houver)
- Tubo sem aditivo (soro)
- Tubo com citrato (coagulação)
- Tubo com heparina (para plasma)
- Tubo com EDTA (hematologia)
- Tubo com fluoreto de sódio (glicemia)
As células do sangue são de fácil obtenção em geral e seu estudo é de grande utilidade diagnóstica em processos patológicos. Por essa razão este exame é uma das análises mais solicitadas pelo clínico
Em Medicina Veterinária os estudos hematológicos têm como finalidade:
- confirmar a presença ou ausência de anormalidades sangüíneas
- delimitar a extensão e o local do processo
- estabelecer as causas de uma alteração sangüínea
- servir de guia no prognóstico de casos clínicos
Para realizar uma correta análise hematológica, o sangue tem que seguir conservando suas características físico-químicas, para que não existam alterações ou artefatos na amostra extraída que possam levar a resultados errôneos. Por isso existem produtos químicos denominados anticoagulantes, que mantém o sangue coletado em seu estado líquido.
O soro é a porção do sangue após a separação do coágulo. É indicado para exames bioquímicos, sorológicos e hormonais. Depois de colhido, o material deve ser mantido em geladeira até sua manipulação (2º - 8ºC).
Amostras com anticoagulantes são indicadas para hemograma completo (contagem global de hemácias, leucócitos, plaquetas, determinação do hematócrito, VCM; HCM; CHCM, e dosagem de hemoglobina), dosagem de pH e de metabólitos sangüíneos (glicose, ácido láctico, amônia), presença quantitativa de algum metal (chumbo, zinco, manganês, molibdênio e cádmio), pesquisa de células LE, dosagem de hemoglobina glicosilada para controle do diabetes, etc.
Tipos de anticoagulantes
Dependendo do tipo do exame que se deseja realizar é necessário que o sangue seja acondicionado em tubos com diferentes anticoagulantes.
EDTA (tampa Roxa)
Comercializado em forma de sal di-potássio, di-sódico e tri-potássico sendo os dois últimos os mais utilizados. É o anticoagulante de eleição para hematologia. A coagulação se evita pela eliminação do cálcio do sangue. Podem ser feitas contagens de 24 a 36 horas após a coleta, se a amostra estiver mantida em uma temperatura de refrigeração de 4º C. Nunca deve ser congelado e nem sofrer temperaturas superiores a 37º C, nestes casos a amostra é totalmente inviável.
Um tempo excessivo da amostra com anticoagulante leva a vacuolização dos monócitos, seguido do inchamento dos linfócitos, presença de vacúolos nos neutrófilos podendo ser facilmente confundidos com inclusões tóxicas. Pode ocorrer ainda a destruição das hemácias
HEPARINA (Tampa Verde)
É um anticoagulante natural. É usada uma concentração de 0,2 ml de heparina saturada por cada ml de sangue. É o anticoagulante de eleição para a dosagem de chumbo.
CITRATO (tampa azul)
É o anticoagulante ideal para estudos de coagulação. Utiliza-se a concentração de uma parte de citrato de sódio para 9 partes de sangue total. É imprescindível manter a relação anticoagulante/sangue para realizar as provas de coagulação. Os valores obtidos sem esta relação não têm nenhum valor diagnóstico. Este anticoagulante atua quebrando o cálcio, formando um complexo com o mesmo e impedindo o processo de coagulação.
FLUORETO (tampa preta)
Recomendado especificamente para a dosagem de glicose, pois inibe o processo de glicólise, que ocorre nas hemácias, mantendo os níveis in vitro deste metabólito por mais tempo. A dosagem deverá ser feita em até 6 horas após a coleta, pois o processo de glicólise continua, mesmo com a presença de fluoreto de sódio que apenas retarda este processo.
Atenção
- Deve-se sempre conservar a proporção entre o sangue e o anticoagulante, pois o excesso ou a falta de anticoagulante leva a resultados alterados.
- O sangue a ser transferido para o tubo com anticoagulante nunca deverá conter coágulos.
Não deve ser utilizado material reciclado. Os produtos utilizados para limpeza podem levar a uma destruição generalizada das hemácias e degeneração de todas as formas sanguíneas. Todas as amostras obtidas sob estas condições deveriam ser descartadas já que se perde confiabilidade diagnóstica, tempo e dinheiro.
O esfregaço sanguíneo é amplamente utilizado para pesquisa de hemoparasitos, tais como: Anaplasmose, Babesiose, Filariose, Erliquiose ente outros. Também é importante para verificar as características morfológicas dos eritrócitos, contagem diferencial de leucócitos e de contagem de plaquetas por campo.
Para a realização deste exame é necessário colher sangue e seguir os seguintes passos:
- Manter a lâmina horizontalmente entre o polegar e o indicador
- Colocar uma pequena gota de sangue na extremidade da lâmina
- Com uma segunda lâmina (extensora) colocar o seu rebordo livre contra a superfície da primeira, em frente à gota de sangue, formando um ângulo de 45º
- Realizar um movimento para trás de modo que entre em contato com a gota de sangue, pressionando-a até que a gota se espalhe por toda a borda da lâmina
- Impelir a lâmina, guardando sempre o mesmo ângulo, em um só movimento, firme e uniforme, sem separar uma lâmina da outra. Forma-se então uma delgada camada de sangue
- Secar rapidamente ao ar, e enviar em porta-lâminas fornecidos pelo LABORVET
OSERVAÇÕES:
- É conveniente fazer, pelo menos, três esfregaços
- O esfregaço deve ser feito com sangue recém colhido sem anticoagulante.
- A lâmina tem que estar limpa e desengordurada
- A gota de sangue não deve ser muito grande. Quanto maior for a gota, mais espesso será o esfregaço, dificultando a análise
- A distensão deve ser feita rapidamente, antes que comece a coagulação
- O esfregaço não deve cobrir toda a lâmina, devendo apresentar cauda ou franja
- O aspecto da distensão deve ser liso e nivelado, sem ondulações, poros ou saliências.
- A identificação pode ser feita diretamente na lâmina a lápis ou em etiquetas de papel.
- Os esfregaços não devem ser deixados expostos sem proteção, evitando o contato dos mesmos com poeira, insetos e impressões digitais.